Instituição executora: IPA
País: Kenya
Fonte: IPA
Período de execução: 2010 - 2012
Plataforma de Prácticas Efectivas:
Reduzir a desistência escolar e melhorar as habilidades dos alunos na leitura, no idioma oficial e na língua nativa.
Formação e assistência aos docentes, complementadas por pequenos grupos de leitura baseados na aprendizagem entre pares.
O aprimoramento da instrução aumentou as habilidades de leitura das crianças em swahili e inglês e reduziu a taxa de desistência escolar em 50 por cento.
No âmbito do programa estatal de Intervenção de Saúde e Alfabetização (Health and Literacy Intervention HALI), o Innovations Poverty Action Lab (IPA) tem implementado capacitações intensivas para docentes e grupos de leitura entre crianças para aumentar suas capacidades de leitura nas crianças de zonas rurais. Em 2003, a Quênia adotou o ensino primário gratuito universal e agora a maioria das crianças se matricularam na escola. Devido a problemas de recursos e infraestrutura, muitas crianças não estão aprendendo a ler com eficiência em seus primeiros anos escolares.
O HALI é o produto de uma aliança entre o Kenya Medical Research Institute (KEMRI) e o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia. Inclui diferentes componentes complementares relacionados com a saúde e a infância. O seu ponto de partida conceptual é que crianças saudáveis têm um desempenho escolar melhor. Por esse motivo, o IPA avaliou duas estratégias cujo foco foi as capacidades das crianças na leitura do swahili e inglês. Por um lado, buscou-se melhorar a instrução dos primeiros anos do ensino primário por meio de um ciclo de capacitações a docentes (5 dias), a entrega de 140 planos de cursos em leitura abrangendo o swahili e o inglês, assim como assessoria a professores mediante mensagens eletrônicas semanais. Por outro lado, a intervenção incluiu a formação de grupos de leitura entre crianças ao ingressarem no 3º ano. A inovação é baseada na leitura de crianças do 6º ano (“mentores”) com seus pares do 3º ano duas vezes na semana durante um período de 6 meses.
Bem como em muitos países a região subsaariana, a Quênia se caracteriza por ter uma população jovem e rural: os menores de 14 anos representam 40% da população total (em uma faixa de 15-24, cerca de 20%); enquanto que nas zonas rurais é 74%. Nessas zonas se concentram altos graus de vulnerabilidade, atividades de baixa produtividade, assim como também a escassez de serviços básicos, tais como a saúde e a educação.
A nível de educação, uma avaliação de 2010 constatou que mais da metade dos estudantes do 3º ano eram incapazes de inferir significado de passagens curtas de texto. Embora o país tenha conseguido aumentar a participação líquida das crianças e jovens no nível primário e secundário, havia cerca de um milhão de crianças que não frequentavam o sistema educacional formal em 2012. Esse número reduziu-se consideravelmente entre os anos de 2006 e de 2007 (menos 44%), porém voltou quase aos seus níveis iniciais no ano seguinte, para ficar mais ou menos estável até momento.
O número de analfabetos no país aumentou desde o ano de 2000: de 3 milhões de pessoas até 5,9 milhões em 2015. Com respeito a população juvenil (15-24 anos de idade) o mesmo número passou de 400.000 até 1.3 milhões no mesmo intervalo. As tendências revelam um contexto educacional de dificuldade elevada no Quênia, o qual tende a agravar junto com a diminuição, desde 2006, da proporção dos gastos públicos na educação em relação ao PIB (de 7 até 5% atualmente).
O Innovation Poverty Action (IPA) realizou uma avaliação experimental para apreciar os impactos do programa em relação as capacidades das crianças em leitura e seu nível de desistência. 101 escolas primárias públicas foram selecionadas aleatoriamente divididas em 4 níveis de intervenção: instrução em leitura (A), grupos de leitura (B), instrução em leitura e grupos de leitura (C) e grupo de controle (D).
Um total de 300 estudantes participaram do estudo. A comparação dos resultados médios entre o grupo A e C tem demonstrado um aumento significativo das capacidades de leitura das crianças, tanto em swahili como no inglês. Além disso, a formação para docentes tem permitido reduzir 50% a desistência dos alunos. Com respeito aos grupos de leitura, tem aumentado sensivelmente o interesse das crianças pela leitura, porém não suas capacidades. Por um custo de USD 8.29 por aluno, a inovação oferece uma alternativa oportuna para países que registram baixas taxas de matrícula líquida no nível primário.
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