Instituição executora: Educate!
País: Uganda
Fonte: CEI
Período de execução: 2009 - en curso
Plataforma de Prácticas Efectivas:
Apoiar os estudantes do nível secundário em sua transição para o mundo profissional, transformando-os em líderes e empreendedores com o objetivo de reduzir os níveis de pobreza no país.
Programa de reforço e tutoria individualizada para promover o empreendimento e a liderança.
Ao sair do programa, os participantes atingem rendimentos anuais médios duas vezes maiores do que os que não participaram (USD 338 contra USD 165 respectivamente). O aumento é ainda maior para as mulheres (+ 120%).
O programa Educate! Foi lançado no ano de 2009 através de 24 projetos pilotos divididos em 4 distritos da Uganda. Para alcançar os grupos identificados, a ONG Educate! promove alianças estratégicas com escolas públicas do nível secundário. O programa conta com vários patrocinadores, entre os quais se destacam a Segal Family Foundation, a Barr Foundation e a Halloran Philanthropies.
O Educate! consiste em tutoriais individualizados de 18 meses sobre criação e desenvolvimento de um plano de negócio, gestão de empresa e liderança. A metodologia enfatiza o aprendizado baseado na experiência com o objetivo de empoderar os estudantes. Para garantir um bom desempenho, o Educate! é implementado durante os dois últimos anos do nível secundário.
Em primeira instância, os estudantes passam em um teste de competência para ser selecionados. Depois de entrar, frequentam cursos semanais na escola ministrado por um professor associado. Este apresenta casos de boas práticas em termos de empreendimento e convida os estudantes a trocar suas opiniões a respeito. Os cursos são complementados por sessões de tutorial individualizadas depois dos horários de classe para reforçar os conhecimentos adquiridos, aplicá-los a um projeto concebido pelo estudante. Para isso, um tutor (“Educate! Mentor”) ajuda os estudantes.
Grande parte dos mentores são ex-beneficiadores do programa, provenientes de comunidades locais, onde têm desenvolvido seu próprio negócio. Por isso, o Educate! é considerado um programa executado por jovens para jovens. A ONG organiza também reuniões de tutores durante o ano (“Youth Business Experience”) para que possam trocar suas experiências, receber capacitações, encontrar e criar alianças com outras organizações e assim desenvolver seu próprio negócio. Recentemente, tem-se desenvolvido aplicativos e sistema de SMS para que os mentores e professores tenham acesso rápido e eficaz as novidades da rede dos colaboradores. Depois de três anos de implementação, o governo da Uganda integrou o programa Educate! no currículo tradicional. O programa tem conseguido atender mais de 240.000 estudantes na Uganda e Ruanda, criando aproximadamente 400 associações com escolas secundárias.
Na Uganda, os jovens representam quase a metade do número de desempregados, enquanto que os que estão empregados trabalham na maioria em empregos informais e são caracterizados por baixos rendimentos e instabilidade. No ano de 2002, o governo da Uganda anunciou que os cursos em empreendimento seriam integrados ao currículo do nível secundário oficial. Entretanto, no ano de 2012, o presidente Yoweri Museveni disse que o projeto segue “sem efetividade”.
Em 2012, o Innovations for Poverty Action (IPA) conduziu uma avaliação de baixo impacto na forma de um estudo experimental com grupo de controle. 48 escolas foram selecionadas aleatoriamente na Uganda, a metade recebeu o programa enquanto as outras não receberam. O estudo de linha de base foi realizado em 2012 mediante entrevistas semi-estruturadas e incluiu todos os participantes. Um ano depois, mediante uma segunda ronda de entrevistas observou-se uma melhora em termos de cultura de empreendimento dos estudantes, assim como a nível de seus rendimentos, sua participação na comunidade, sua liderança e suas competências.
Com um custo médio de USD 125 por estudante ao ano, o programa tem uma razão custo-benefício muito elevada no sentido que permite aumentar em média 105% os rendimentos dos estudantes. O resultado é ainda mais elevado para as mulheres (+ 120%). 64% dos entrevistados manifestaram maior cultura de empreendimento que seus pares do grupo de controle e 94% dos graduados do programa têm seu próprio negócio ou entraram na Universidade.
Considerando o custo relativamente baixo do programa, assim como sua capacidade de incluir os membros da comunidade, representa uma metodologia muito oportuna em países que contam com taxas de desemprego elevadas em sua população jovem.
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